A grande maioria dos brasileiros não confia no Congresso Nacional, um sentimento que culminou em ataques como o de 8 de janeiro. Mas quem são essas pessoas e o que motiva essa desconfiança?
Analisando a profunda desconfiança no Congresso Nacional, que atinge 64% dos brasileiros segundo pesquisa do INCT ReDem, o texto de Daniel Rocha investiga o viés ideológico por trás desse sentimento. A pesquisa mostra que, embora generalizada, a desconfiança é mais acentuada na extrema direita, com 30,5% deste grupo afirmando não ter nenhuma confiança na instituição. A análise conclui que essa atitude não é apenas uma percepção institucional, mas reflete uma disputa política e cultural mais ampla, promovida por uma “nova direita” que defende um Estado mínimo e pautas conservadoras, tornando o entendimento dessas diferentes motivações crucial para o futuro da representação democrática no Brasil.
Detalhamento da Pesquisa:
O Desafio Investigado: O texto aborda o quadro consistente de descrédito dos cidadãos em relação às instituições políticas no Brasil, com foco na baixa confiança no Congresso Nacional. O desafio é compreender os sentidos por trás dessa desconfiança, que foi manifestada de forma extrema nos atos de 8 de janeiro de 2023, investigando como ela se distribui pelos diferentes posicionamentos ideológicos da população.
A Proposta Central: A análise utiliza dados de uma pesquisa recente do INCT ReDem para explorar as dimensões ideológicas da desconfiança no Legislativo. O objetivo é demonstrar que essa falta de confiança não é apenas uma questão de percepção sobre o funcionamento da instituição, mas reflete disputas políticas e culturais mais amplas sobre o papel do Estado e os rumos da democracia brasileira.
Evidências e Argumentos: A pesquisa do INCT ReDem aponta que 64% dos brasileiros confiam pouco ou não confiam no Congresso Nacional. Embora esse sentimento seja generalizado, ele é especialmente acentuado entre os que se identificam com a extrema direita: 30,5% deles afirmam não ter nenhuma confiança na instituição. O texto conecta essa forte rejeição ao perfil da “nova direita” brasileira, que, em reação aos governos do PT, defende pautas anticorrupção, um Estado mínimo com administração tecnocrática e uma agenda conservadora nos costumes, o que entra em conflito com a natureza de uma instituição de representação tradicional como o Congresso.
Implicações e Contribuições: A principal contribuição do texto é mostrar que a desconfiança no Congresso não é um sentimento monolítico. Ela é um sintoma de batalhas políticas e culturais mais profundas, especialmente por parte de setores da direita que questionam o próprio modelo de Estado e representação. Portanto, compreender os diferentes sentidos e as motivações por trás dessa desconfiança é fundamental para interpretar os desafios contemporâneos da democracia e do diálogo entre eleitores e eleitos no Brasil.
*Foto: Pedro França/Agência Senado
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