Analisando o estresse policial como uma “ameaça silenciosa”, o texto de Tânia Pinc argumenta que a falta de programas de prevenção no Brasil leva a tragédias evitáveis. Com base em estudos internacionais, a análise destaca que o cansaço é o principal fator de estresse para policiais, mais do que o risco de violência. No Brasil, essa exaustão é potencializada pela política de horas extras, que força uma dupla jornada de trabalho. A conclusão é que, sem uma gestão que gerencie ativamente o estresse e reveja práticas como a das horas extras, resta ao Estado apenas prestar condolências às famílias, em vez de prevenir as consequências fatais do esgotamento físico e mental dos profissionais de segurança.
O Desafio Investigado: O texto aborda o estresse ocupacional enfrentado por profissionais de segurança como uma “ameaça silenciosa” que pode levar a tragédias. O desafio central é que, no Brasil, investe-se pouco em estratégias e programas para gerenciar os fatores que provocam esse estresse, deixando o Estado em uma posição reativa, de apenas prestar condolências às famílias após a ocorrência de eventos fatais.
A Proposta Central: A análise, baseada em estudos sobre o tema, argumenta que é fundamental que as estruturas de gestão se dediquem ativamente ao gerenciamento dos fatores de estresse para garantir profissionais mais saudáveis para a sociedade. A proposta implícita é a necessidade de abandonar práticas que potencializam o cansaço e desenvolver uma cultura de prevenção e valorização da saúde ocupacional dos policiais.
Evidências e Argumentos: A autora cita estudos canadenses que, usando um questionário específico para estresse policial, identificaram o cansaço como o fator mais frequente entre 20 causas de estresse, superando o risco de ser ferido ou de testemunhar eventos traumáticos. No Brasil, uma prática que potencializa esse cansaço é a política de horas extras remuneradas, que leva o policial a uma dupla jornada de trabalho para complementar a renda. Essa condição aumenta o risco de o estresse se tornar crônico e pode culminar em reações violentas ou acidentes fatais.
Implicações e Contribuições: A principal implicação é que a falta de investimento em programas eficazes de gerenciamento de estresse representa uma falha grave na gestão da segurança pública, com custos humanos. A contribuição do texto é destacar o cansaço como um fator de estresse subestimado, mas central, e criticar práticas de gestão, como a de horas extras, que agravam o problema. O artigo clama por uma mudança de foco: da reação para a prevenção.
*Foto: Bruno Spada/ Câmara dos Deputados/ Agência Câmara de Notícias
Siga @redem.inct no Instagram e @redem_inct no X para saber mais sobre os estudos realizados por nossos pesquisadores!

Autor