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Instituições Políticas

O Eixo de Instituições Políticas dedica-se ao estudo das estruturas formais que organizam a democracia brasileira, com ênfase especial no sistema eleitoral e no Poder Legislativo. Nossa abordagem parte da constatação de que, apesar da relativa estabilidade do arcabouço institucional no nível macro (presidencialismo multipartidário, sistema proporcional de lista aberta, pluripartidarismo e federalismo), os resultados produzidos por estas instituições no nível micro variam significativamente ao longo do tempo. A perspectiva adotada considera que mudanças incrementais e discretas nas instituições políticas e nas regras do jogo podem ter consequências desproporcionais e cumulativas para o funcionamento do sistema político, alterando equilíbrios institucionais sem necessariamente modificar a estrutura formal do sistema como um todo.

Este eixo de pesquisa tem como objetivos centrais analisar as alterações graduais no sistema eleitoral e partidário brasileiro e as mudanças nas regras que regem o funcionamento interno do Poder Legislativo.

No sistema eleitoral, busca-se compreender como o financiamento nas bancadas promove a fragmentação partidária, como o fim das coligações nas eleições proporcionais afeta a busca por recursos, e como reformas pontuais alteram a distribuição de cadeiras e o acesso aos partidos.

No Legislativo, o foco está em examinar como os atores políticos operam em processos de mudança, regulando interpretações e alterando o equilíbrio de poder entre os grupos. A pesquisa propõe uma tipologia de padrões de mudanças institucionais como instrumento metodológico para analisar transformações institucionais.

A metodologia empregada neste Eixo baseia-se na coleta de dados inéditos que cobrem todo o período recente da democracia brasileira. A primeira fase concentra-se em como os partidos políticos foram gradualmente colonizados por lideranças personalistas, analisando as executivas estaduais e municipais em período pré-eleitoral. A segunda fase investiga como as mudanças institucionais funcionam como incentivos para o aumento do personalismo e do clientelismo, examinando mudanças formais nas regras de distribuição de cadeiras, alterações na legislação de alianças e nos padrões de distribuição de recursos para candidatos. Complementarmente, a pesquisa analisa as mudanças nas regras de tramitação e proposição legislativa na Câmara dos Deputados, incluindo a autonomia orçamentária e o orçamento impositivo. Os dados são coletados através da análise da legislação, resultados eleitorais, prestação de contas dos partidos e acompanhamento das proposições legislativas.

Pesquisadores

Conheça o quadro de pesquisadores do Eixo Instituições Políticas do INCT ReDem.

Fernando Guarnieri

Doutor em Ciência Política pela USP, professor no IESP/UERJ. Tem interesse de pesquisa nas áreas de competição política e partidos políticos.

Humberto Dantas

Mestre e doutor em Ciência Política pela USP, pós-doutor em Administração Pública pela FGV-SP. Coordenador do curso de Gestão Pública da FipeEES e da pós-graduação em Ciência Política da FESPSP. Diretor-presidente do Movimento Voto Consciente e coordenador do coletivo Legis-Ativo.

Mariana Borges

Doutora em Ciência Política na Universidade de Northwestern. Professora da Universidade de Southampton. Fez seu pós-doutorado no Nuffield College na Universidade de Oxford. Pesquisa comportamento político, opinião pública, eleições, representação, partidos políticos e desinformação com foco no Brasil.

Lara Mesquita

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ, Professora da Escola de Economia de São Paulo da FGV e pesquisadora do Centro de Política e Economia do Setor Público (CEPESP). Suas áreas de interesse são eleições, partidos, emendas orçamentárias, eleições municipais e coligações eleitorais.

Karolina Roeder

Doutora e mestre em Ciência Política pela UFPR. Professora dos bacharelados em Ciência Política e Relações Internacionais e do CST em Gestão de Partidos Políticos na UNINTER. É integrante do Laboratório de Partidos Políticos e Sistemas Partidários (LAPeS/UFPR) e do Laboratório de Monitoramento e Avaliação de Políticas e Eleições (MAPE/IESP-UERJ). Pesquisa financiamento e organização partidárias.

Graziella Testa

Doutora em Ciência Política pela USP. Professora da Escola de Políticas Públicas e Governo da FGV. Interessada nos temas política brasileira, com foco em estudos legislativo e instituições informais.

Glauco Peres da Silva

Doutor em Administração Pública pela FGV. Professor de Ciência Política na USP. Chair do comitê local da IPSA-USP Summer School. Interessado em geografia eleitoral, eleições, partidos e metodologia da Ciência Política.

Bruno Bolognesi

Doutor em Ciência Política na UFSCar com pós-doutorado na University of Oxford. Professor na UFPR. Coordenador do Laboratório de Partidos e Sistemas (LAPeS). Suas áreas de interesse são partidos políticos e eleições.

André Ziegmann

Graduado em Ciências Sociais pela UFPR e mestre em Ciência Política pela Unicamp. Doutor em Sociologia pela UFPR. É professor da Uninter, em Curitiba-PR, trabalha na Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança.

Andréa Freitas

Doutora em Ciência Política pela USP. Professora no Departamento de Ciência Política da UNICAMP e pesquisadora do Cesop (Centro de Estudos de Opinião Pública). Suas áreas de interesse são coalizões, relação Executivo-Legislativo, migração partidária, educação política e mudanças institucionais.