O contexto político da criação do INCT ReDem

Na eleição de 2016, Alexandre Kalil (PHS) ganhou a prefeitura de Belo Horizonte com o slogan “Chega de políticos”. Na mesma ocasião, João Dória tornou-se prefeito de São Paulo, enfatizando ser um “gestor”, não um político. Essa abordagem visava distanciar-se de políticos tradicionais, explorando a insatisfação popular com a classe política e a gestão política no país.

Essa estratégia se mostrou eficaz. Além das prefeituras de Belo Horizonte e São Paulo, candidatos outsiders, sem experiência política anterior, emergiram na política nacional. Dois anos depois das eleições municipais de 2016, o Congresso Nacional viu sua maior renovação em duas décadas, com a derrota de muitos políticos de partidos tradicionais. Candidatos até então desconhecidos ganharam eleições para governos estaduais em regiões com grandes colégios eleitorais.

Este fenômeno não é raro. Em democracias novas e consolidadas, tem-se observado a emergência de movimentos focados em renovação política, eleição de novatos para cargos executivos e legislativos e a ascensão de novos partidos nos parlamentos. A preferência por discursos apolíticos e a crítica à profissionalização parlamentar são vistos como sinais de uma crise de representação política. Este cenário representa um desafio complexo para as instituições e para partidos políticos tradicionais, que construíram as democracias do século XX.

Autor da notícia:

Paulo Franz
Bolsista de Pós-Doutorado

Representatividade política no século XXI

1 de setembro de 2023

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