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Estudo de pesquisadores do ReDem analisa o Centrão
Na imprensa e no debate público, é comum vermos o nome “Centrão” sendo usado com bastante frequência, para se referir a um grupo de partidos fisiológicos, que “topam tudo”. Mas afinal, cientificamente, o que é o Centrão?
Essa foi a missão dos pesquisadores do ReDem Graziella Testa, Lara Mesquita e Bruno Bolognesi em seu artigo Do fisiologismo ao centro do poder: as reformas eleitorais e o Centrão 2.0, publicado no Caderno CRH, volume 37. Segundo o artigo, o Centrão pode ser caracterizado como um grupo formado pelos partidos que são fisiológicos tanto na atuação parlamentar quanto nas eleições.
No estudo, eles questionaram 539 Cientistas Políticos sobre quais partidos formariam o o Centrão. Os partidos que mais apareceram nas respostas foram PP, Republicanos, PL, PTB, MDB, União Brasil, Patriota, Podemos e PSD. Isso denota que, no geral, o grupo é formado por partidos com viés conservador. Mas é importante frisar que se trata de um conservadorismo de ocasião, já que muitos desses se aliam a governos de esquerda quando convém.
Os pesquisadores também analisaram o perfil dos parlamentares do Centrão. Um dos achados mais relevantes nessa parte do estudo foi a forte presença de herdeiros de famílias políticas.
O artigo também se dedicou a observar os efeitos das reformas eleitorais sobre o Centrão. A reforma de 2007, que indica que o mandato é do partido e não do parlamentar, fez com que os partidos mudassem suas estratégias. Os parlamentares passaram a ser mais liberados para votar sem que o partido orientasse o voto. Isso aumenta o fisiologismo, fortalecendo o Centrão. Já a reforma eleitoral de 2017 prejudicou os pequenos partidos fisiológicos, que não conseguiram mais ultrapassar a cláusula de barreira para receber recursos financeiros e obter tempo de televisão. Isso não prejudicou o Centrão, pelo contrário: o grupo pôde se aproveitar do vácuo deixado por esses pequenos partidos e ampliar ainda mais o alcance de seu poder.
A pesquisa completa pode ser lida aqui: https://abre.ai/jTrp
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Autor da notícia:
Mateus de Albuquerque
Bolsista de Pós-Doutorado